“Para Rebbeca Novais.
Quero me casar com a mulher mais linda deste mundo. Amo você, meu grande amor. “Espero-te ansiosamente.
Fhelipe Bonato”.
Os classificados do Jornal “The Word” estampava o anúncio de um pedido de casamento.
Toda moça sonha em casar-se. E Rebecca, não era diferente. Ao concluir sua faculdade, viajou para o exterior para realizar um grande sonho. Fazer mestrado em Havard. Entre seus objetivos à volta para o Brasil após concluir seu mestrado era o mais importante. Fhelipe, seu noivo, a esperava.
Durante os dois anos em que Rebecca estudou em Havard muita coisa aconteceu. Aprendeu outro idioma, fez novas amizades, estabeleceu contatos com clinicas especializadas em Geriatria. Foi tocando a vida, como ela mesma dizia.
À volta para o Brasil já estava programada. Compraria a passagem assim que saísse do plantão naquela tarde. O dia estava atribulado, corrido, mas não deixaria para amanhã o tão almejado regresso.
O Hospital “Medical and associates” era a nova casa de Rebecca. Passava o seu dia correndo pra lá e pra cá, atendendo seus pacientes. Todos a adoravam. Cheia de vida, sorridente. Sempre generosa.
- Bom dia, Mr. Jones. Como o senhor está? – Está na hora de fazermos uns alongamentos.
- E senhora? Não vai sorrir hoje? Deixa de frescura e vamos lá! Quero um belo sorriso! – dizia ela para outra paciente.
Quando seu telefone tocou, pediu licença e foi logo atender. Era ligação do Brasil.
- Oi, mãe. O que houve? – disse Rebecca aflita, pois sua mãe nunca ligava no seu horário de trabalho.
- Filha... (há um momento de pausa) - Tenho uma péssima notícia para ti. Fhelipe acaba de falecer.
- Não, não acredito! O que a senhora está dizendo. Não pode ser! E o nosso casamento? E os meus sonhos? – gritava Rebecca ao telefone.
Dez dias se passaram desde a notícia que viera para mudar a vida da moça que sonhava em se casar. O mundo não era o mesmo. A motivação acabara. O sorriso tão largo não se via mais em Rebecca.
- Atenção, Dr. Arnold, comparecer a sala de emergência. – Dr. Arnold, favor, comparecer a sala de emergência. – Anunciava a recepcionista de plantão.
Não conformada, a moça decidiu acabar com sua vida. Tentara o suicídio. Os médicos tentaram reanimá-la.
Sob coma induzido, a internação durou 12 dias. O seu quadro não apresentava melhoras.
Como estava lindo aquele dia 16 de março. As folhas secas caídas ao chão. O sol estava radiante como nunca. Rebecca, sentada a beira de uma árvore, folheava um dos seus livros prediletos.
- Rebecca... Rebecca, onde você está meu amor?
- Estou aqui! – respondeu ela.
- Fhelipe, olha que coisa maravilhosa está o dia hoje, não acha? – disse a moça.
- Verdade! Nunca esteve tão lindo. O sol nasceu mais belo hoje para anunciar sua chegada, meu amor.
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