Foi numa manhã de sexta-feira, dia chuvoso, um frio que arrepiava os cabelos e o vento gélido deixava a pele pálida.
Maria, 30 anos, na flor dos seus encantos, descobriu que a sua vida não era mais importante, e então, decidiu não mais viver.
Vários pensamentos, anseios, passaram por sua pobre cabeça errante. Foi naquela manhã que Maria decidiu morrer.
Num súbito, vestiu seu vestido branco, penteou os cabelos encaracolados e abriu a janela do seu quarto. O sol já não mais aquecia sua parede, eram 10h00. O dia cinza, triste, foi o cenário perfeito para Maria.
De todas as tragédias, de todas as derrotas e infelicidades, o motivo maior e derradeiro para que a partida ocorresse foi um desamor. O amor não correspondido foi à flecha lançada, bem no alvo, bem no meio do seu coração.
Foi num momento de incertezas, que Maria quis morrer ao som de uma canção que lembrasse o renascimento, pois tinha certeza que renasceria numa outra época, na qual encontraria a felicidade ao lado do seu amado.
De posse do seu velho violino, entoou algumas notas de “A morte do Cisne”. Deixou-o de lado, aproximou-se da janela, olhou para cima, respirou fundo sentido o ar frio a percorrer pelos seus pulmões e atirou-se.
A jovem sofria da doença do amor. Era absurdamente apaixonada pela vida, pelos campos onde vivia sempre a correr todas as manhãs, encantada com as flores que exalavam perfume de jasmim em seu quarto. Tocava a alegria em suas músicas preferidas. Porém, a jovem sofria de amor. De amor ressentido, de amor perdido, de amor não correspondido. Amor trocado, amor traído.
Para Maria, a vida já não tinha tanta importância. Das perdas, a maior não foi à vida, foi à dor de não ser correspondida.
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