sexta-feira, 25 de março de 2011

Seu retrato


Fotografias recortadas

Jogadas sobre a mesa

Na procura da grande estrada

Espero-te outra vez


Eu não vou fugir

Pra qualquer lugar

Porque o início já é o fim

Para nós dois


Aquele porta-retrato

Já não possui mais o nosso momento

Jogo balas de canhão sobre a solidão

Num giro de compasso dou a volta outra vez

quarta-feira, 23 de março de 2011

"Nem toda fotografia possui o mesmo olhar. Tudo depende do angulo que você analisa".
Por P. Malacaia
"Não me julgue por suas projeções e tão pouco por seus ideais".
Por P. Malacaia

Eu nunca disse adeus


Que horas são?

Eu abro a janela e já não vejo o mesmo sol

Tão só em meu quarto, me sinto tão sozinho

Em minha mente, em meu diário sempre estás tu


Para começar o meu dia, levanto de minha cama

E visito o que tu disseste em tua página

E volto a chorar por saber que não terei mais tu

E, então, será mais um dia sem ti


Eu nunca disse adeus para as coisas que gosto

Eu nunca disse adeus para o meu futuro

Mas há momentos que temos que fazer algumas escolhas

E para começar decidi te perder


Não tenho amigos

E nenhuma outra coisa que me faça deixar de pensar em ti

Não há nenhuma outra forma de dizer até breve

E escolhi te dizer adeus


Se tu soubesses o quão foi difícil deixar-te

Porém uma força maior reinou em meus pensamentos

E uma dúvida sempre me acusava

É justo ser contraditório consigo?


Sei que meus dias sempre serão dias sem ti

Sei que em um coração não pode existir dois amores

E sentado em minha cama tento me conformar em não ter nenhum

Eu nunca disse adeus para as coisas que gosto

Eu nunca disse adeus para o meu futuro


Agora vejo pela janela que o sol

Já não é mais o mesmo

Talvez amanhã eu acorde mais sábio

Eu aprenda a fazer melhor minhas escolhas

Talvez eu não precise mais dizer adeus


Eu nunca quero dizer adeus para as coisas que gosto

Nunca quero dizer adeus para o meu futuro

segunda-feira, 21 de março de 2011

Entre o ódio e o amor

Enquanto eu fui o inverno

Você foi o verão

Não jurei mentiras nem quebrei regras

Você jurou inverdades, seguiu seus caminhos


Se eu assumo meus pecados

Você me condena

Se eu digo o que penso

Você se esquiva


Como ódio e amor

Vivendo em mundos separados

Este amor fatal foi como veneno desde o início

A morte chega pra quem está vivo


Ontem eu chorei

Você não viu

Hoje sou mais forte

Você está ciente


Enquanto eu fui um medíocre

Você dizia que fui um otário

Talvez eu não saiba escrever

Talvez você não saiba viver


Eu respiro o ar e luto

Você fuma e destrói

Enquanto eu choro

Você ri


Como ódio e amor

Vivendo em mundos separados

Este amor fatal foi como veneno desde o início

A morte chega pra quem está vivo


segunda-feira, 14 de março de 2011

Pra você



Eu me lembro do que você vestiu no primeiro dia

Eu tento te esquecer mais não consigo

É tão difícil ver o tempo passar e saber

Saber que você não está aqui ao meu lado


Eu me recordo do seu beijo

Dos carinhos e da sua ansiedade

Foi no apartamento do seu amigo que nos encontramos

Nossa noite foi tão mágica, não acha?


Hey, Eu estou disposto a mudar tudo por sua causa

Ouço o grito da minha alma perdida pedindo por você

Procuro em outros olhares o seu brilho

Mas é tudo em vão


Tanto tempo já passou e quando fecho os olhos

Vejo sua imagem como naquele dia

Sinto o meu corpo todo mole quando te vejo atravessar a rua

E percebo que não posso viver sem você


Eu espero que haja um tempo para juntos descobrirmos o que é a vida

Não me importa que você beije outros

Sei que quando tudo tiver que ser, será

Eu me lembro do que você vestiu no primeiro dia

Fecho os olhos e recordo cada momento

Nana – Um dia depois de amanhã

A menina que dorme. A menina que sonha. Bendita seja. Minha menina tenha um bom sonho, bendito seja, bendito seja”.

- Corre... Vamos, filha! Corre.

- Estou indo, mamãe.

- Como você está crescida, minha pequenina.

- Mamãe, onde estamos? É tudo tão lindo aqui. Adoro esse lugar.

Desde pequenina, Nana, sempre foi uma menina inteligente e astuta. Muito ligada à mãe, desde pequena aprendeu a guardar os sonhos. Durante a noite, enquanto dormia, respirava fundo e segurava o dedo polegar para não esquecer os sonhos da noite anterior. Coisas de sua mãe.

Para dormir, sua mãe cantava sempre a mesma canção, A La Nanita nana. E a menina caia em sono profundo. Difícil era à noite em que Nana não sonhava e aprisionava o sonho em sua mente.

Hoje, crescida, os sonhos não são mais os mesmos de infância. A menina se fez mocinha.

A viagem para New Plaston estava chegando. Nana visitaria o maior bosque de New Plaston, o Bosque dos Encantos. A pequenina crescida acreditava em elfos, fadas e duendes. O mundo maravilhoso da magia sempre a encantou. Muitas vezes ela sonhou com os seres da floresta. Nana morava numa casinha perto da Floresta de Jenchan, norte da Inglaterra.

- Mamãe, eu não vejo a hora de chegarmos – disse Nana.

- Querida, calma! Você está muito ansiosa e isso lhe fará mal.

A viagem foi tranqüila. Hospedaram-se no Hotel Imperial, na Rua 26 ao lado do Centro de Convenções.

Durante a noite, a menina não conseguia pegar no sono. Era muita ansiedade. Nana pegou seu moletom e saiu pra caminhar um pouco pelo hotel. Parou na varanda que dava de frente para a rua. A imensa floresta podia ser vista da varanda, e Nana ficou encantada com tamanha beleza.

Impressionada, não conseguia segurar a vontade que percorria por todo o seu corpo fazendo-a tremer.

Rumo ao Bosque sentiu um medo, um sentimento de repressão, porém, mesmo assim, decidiu continuar.

Nana, ficou parada por um instante, assustada. Ouviu uma voz.

-... A menina que dorme. A menina que sonha. Bendita seja. Minha menina tenha um bom sonho, bendito seja, bendito seja.

- Quem está aí? – disse apavorada.

-Oi! Quem está aí? Repetiu.

A voz continuava a cantar. Aos poucos uma sombra foi tomando forma de um ser perdido no meio do bosque. Nana vê um ser totalmente coberto por luzes. Parece ter saído de um banho de ouro.

- Olá, menininha.

- Oi, voooocê é, você é um elfo? – disse, Nana, ao ser coberto por luzes.

- Sou. Já a esperava há tempos. Que bom que veio ao nosso encontro, minha pequenina.

- Esperavam por mim? Como assim? Quem esperava por mim?

- Nós, minha senhora. Seus súditos. – disse o elfo.

Meio atordoada, pasma e sem querer acreditar em que ouvia, Nana, corre rumo ao hotel.

- Não adianta fugir do seu destino, minha senhora – disse o ser encantado.

De volta ao seu quarto, a menina assustada com que acabara de presenciar, percebeu que já passava das 03h00. Amanhã era dia de visitar o Parque. O medo não iria deixá-la dormir.

15h00

- Dr. Schutz, a senhora Nana ainda está dormindo.

- Ela passou uma forte sessão de regressão, logo voltará a si – afirmou a sua secretaria.

- Quanto tempo ainda durará o tratamento dela, doutor?

- Ainda não sei. Ela sofre da síndrome de Peter Pan. Acredito que ainda levará um tempo para ela voltar à realidade do seu tempo. Amanhã tentarei desvendar esse episódio no bosque que ela relata. Não entendo qual a relação entre elfo numa floresta e a morte de sua mãe.

O sol estava radiante. Nana acordou bem disposta apesar de ter dormindo quase nada durante a noite. Sua mãe já havia descido para o café da manhã no refeitório do hotel.

- Bom dia, filha. Como foi sua noite, dormiu bem?

- Dormi bem, mamãe – disse Nana a sua mãe esquivando-se do seu olhar.

- Então hoje visitaremos o tão famoso Bosque dos Encantos.

- Não vejo à hora, mamãe. Não vejo à hora!

O Bosque estava lindo. Tudo era belo, as árvores, os pássaros e os animais correndo para todo lado. Nana jamais pode imaginar que existisse tal lugar assim, tão maravilhoso. Resolveram dar uma parada e respirar um pouco do ar sentando-se num dos bancos que estavam por perto.

- Mamãe?

- Sim, filha. – Está contente?

- Mamãe, eu vou dar um passeio rápido, se incomodaria de me esperar aqui? – disse Nana a sua mãe.

- Vá, mas não demore. – respondeu ela.

A menina já sabia o que procurava naquele lugar. Queria mais respostas sobre a noite anterior.

Começou a cantar a música que sempre ouvia antes de dormir. A mesma canção que ouvira naquela noite quando se encontrou com o ser desconhecido na floresta.

Eis que surge o animado ser e indaga Nana:

- Voltastes minha rainha?

- Não entendi patilhufas nenhuma do que me disse ontem. – disse a menina ao elfo.

- Então, senhora não sabe? Contarei para a vossa majestade.

Ambos sentaram-se num tronco de árvore caído ali no chão. Os olhos de Nana estavam arregalados como nunca. Ela estava muito apreensiva.

Continua....

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tifanny - A Sedutora do Bresser

Para muitos, a noite é o momento de descanso após um dia longo de trabalho. Para Tifanny é apenas o começo.

Desde que saiu de casa para viver a vida fácil, como dizia sua tia, Manuela, a sedutora morena vem conquistando corações por onde passa.

A sedutora do Bresser, como é conhecida, atiça a libido dos homens. Sacia a sede dos mais puritanos e invoca a ousadia dos frequentadores da vida noturna.

No bairro onde vive, o Bresser, é muito invejada. Não há uma só mulher na vizinhança que não repare seu rebolado e seu modo de se vestir.

- Pra mim essa aí é uma descarada.

- Eu ouvi dizer que ela é garota de programa.

- Filha, essa no mínimo deve fazer uns bons biscates, isso sim. Vale-me meu Santo Inácio das Causas Perdidas.

O comentário é geral. Mas Tiffany não se importa. Até rebola mais quando percebe que estão comentando sobre ela.

A rotina é sempre a mesma. O que muda é o fim. Sim, pois toda noite acontece algo diferente.

Na noite passada, Tiffany decidiu usar um vestido de lurex preto, botas de cano alto e batom vermelho cintilante.

Vestida para matar, abriu a porta do seu possante e saiu apressada. Estava atrasada.

Ao acordar, Tiffany liga a TV. Muda de canal procurando por algo que a entretenha. Para no canal de notícias.

- Ontem a noite mais um caso do misterioso sanguinário aconteceu na região de Ari Dutra. A polícia ainda não tem pistas sobre o suposto assassino. As únicas informações que a equipe de investigação divulgou é que este é o décimo ataque. A vítima apresentava as mesmas feridas encontradas nas demais vítimas do sanguinário – anunciou a reportagem.

Tifanny desliga a TV.

A noite chega e a moça segue com a sua rotina diária. Vestisse e sai.


Rua 9, Real Park, 01h30. Tifanny para o carro.

- Fizemos o que tinha que ser feito, senhora.

- Alguma pista? – disse Tifanny para o policial.

- Somente algumas pegadas e um brinco esquecido no local, delegada.

Tifanny vem trabalhando nas noites desde que o chefe de polícia decidiu que ela deveria se infiltrar entre as cortesãs para esclarecer os assassinatos do caso O Sanguinário do Bresser.

- Muito bem! Quero todas as viaturas patrulhando toda a vizinhança – disse ela ao seu companheiro, Jonas Miller, subdelegado.

- Vamos fazer uma varredura em toda a área no alcance de 100 metros do local do crime – respondeu ele.

Ao acordar, Tiffany liga a TV e para no canal de notícias.

- Ontem a noite mais uma vítima do Sanguinário foi morta. Porém, dessa vez a polícia divulgou novas informações sobre o caso. Poderá ser uma assassina devido às pistas encontradas no local.

Ao sair de casa, Tiffany, resolve não usar o que costuma vestir de costume. Segue o mesmo caminho a procura do que havia perdido na noite anterior.

01h30

- Parado! Mãos para cima – Grita o policial. Todas as viaturas estão com as luzes acessas, todas de campana no local do crime.

-Vire-se! Vamos! Devagar, mãos para cima – exclama o subdelegado, Jonas Miller.

Sem qualquer reação, o acusado, vira-se. Não havia como se mexer. A fuga era impossível.

- Sra. Tifanny?! - Incrédulo, disse Jonas.

O que todos não sabiam e que Tifanny ocultava era sua necessidade de se alimentar do sangue humano. Escolhia suas vítimas nas noites, sempre às 01h30. Geralmente jovens de classe média, bonitas e de reputação duvidosa. Matava-as introduzindo um objeto na jugular, simulando uma mordida de vampiro.

- Minha sede é de vingança. Foi uma moça da vida que acabou com a minha vida. Meu ódio é tão grande que precisava limpar o mundo dessa praga – disse a assassina ao delegado em seu depoimento.

Tiffany foi largada no altar no dia do seu casamento. O noivo envolvido com uma cortesã foi à razão de tanto ódio pela vida e o impulso para a vingança da sedutora do Bresser.

"O amor expressa sentimentos, às vezes, superiores a ética e a moral humana".

quinta-feira, 10 de março de 2011

Rebecca – O dia que o Sol nasceu

“Para Rebbeca Novais.

Quero me casar com a mulher mais linda deste mundo. Amo você, meu grande amor. “Espero-te ansiosamente.

Fhelipe Bonato”.

Os classificados do Jornal “The Word” estampava o anúncio de um pedido de casamento.

Toda moça sonha em casar-se. E Rebecca, não era diferente. Ao concluir sua faculdade, viajou para o exterior para realizar um grande sonho. Fazer mestrado em Havard. Entre seus objetivos à volta para o Brasil após concluir seu mestrado era o mais importante. Fhelipe, seu noivo, a esperava.

Durante os dois anos em que Rebecca estudou em Havard muita coisa aconteceu. Aprendeu outro idioma, fez novas amizades, estabeleceu contatos com clinicas especializadas em Geriatria. Foi tocando a vida, como ela mesma dizia.

À volta para o Brasil já estava programada. Compraria a passagem assim que saísse do plantão naquela tarde. O dia estava atribulado, corrido, mas não deixaria para amanhã o tão almejado regresso.

O Hospital “Medical and associatesera a nova casa de Rebecca. Passava o seu dia correndo pra lá e pra cá, atendendo seus pacientes. Todos a adoravam. Cheia de vida, sorridente. Sempre generosa.

- Bom dia, Mr. Jones. Como o senhor está? – Está na hora de fazermos uns alongamentos.

- E senhora? Não vai sorrir hoje? Deixa de frescura e vamos lá! Quero um belo sorriso! – dizia ela para outra paciente.

Quando seu telefone tocou, pediu licença e foi logo atender. Era ligação do Brasil.

- Oi, mãe. O que houve? – disse Rebecca aflita, pois sua mãe nunca ligava no seu horário de trabalho.

- Filha... (há um momento de pausa) - Tenho uma péssima notícia para ti. Fhelipe acaba de falecer.

- Não, não acredito! O que a senhora está dizendo. Não pode ser! E o nosso casamento? E os meus sonhos? – gritava Rebecca ao telefone.

Dez dias se passaram desde a notícia que viera para mudar a vida da moça que sonhava em se casar. O mundo não era o mesmo. A motivação acabara. O sorriso tão largo não se via mais em Rebecca.

- Atenção, Dr. Arnold, comparecer a sala de emergência. – Dr. Arnold, favor, comparecer a sala de emergência. – Anunciava a recepcionista de plantão.

Não conformada, a moça decidiu acabar com sua vida. Tentara o suicídio. Os médicos tentaram reanimá-la.

Sob coma induzido, a internação durou 12 dias. O seu quadro não apresentava melhoras.

Como estava lindo aquele dia 16 de março. As folhas secas caídas ao chão. O sol estava radiante como nunca. Rebecca, sentada a beira de uma árvore, folheava um dos seus livros prediletos.

- Rebecca... Rebecca, onde você está meu amor?

- Estou aqui! – respondeu ela.

- Fhelipe, olha que coisa maravilhosa está o dia hoje, não acha? – disse a moça.

- Verdade! Nunca esteve tão lindo. O sol nasceu mais belo hoje para anunciar sua chegada, meu amor.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Meu sangue latino


Meu sangue latino pede por Salsa

Vamos bailar essa noite

Misturar sua boca com a minha pele

Vamos dançar essa noite


Dê-me um sinal

Meu corpo pede o seu

Decifre os mistérios dos meus olhos se for capaz

Mas sacie minha vontade


A corrente que há entre nós

Essa noite será quebrada

Quero dançar essa salsa com você

Meu corpo se mexe de uma forma diferente


Estou viciado em você

Deve ser seu sex appeal que me atrai assim

Chegue mais perto

E sinta como eu remexo gostoso


Quero dançar salsa essa noite

E te mostrar do que sou capaz

Se você não se cansar, vou fazer duas vezes

Ei, se você gosta de morenos

Chegue perto e me morda a boca


Meu sangue latino pede por Salsa

Vamos bailar essa noite

Misturar sua boca com a minha pele

Vamos dançar essa noite

sábado, 5 de março de 2011

Procura-se



Há algum tempo venho procurando por um restaurador de corações. Se me perguntares onde foi que o quebrei, não saberei lhe responder.

Não sei se foi nas noites claras sem dormir ou quem sabe nas divagações não concretizadas ou até mesmo nos anseios não correspondidos que senti a perda do bem mais precioso.

Sim, o velho coração sofre pela falta de um grande amor. Grande não no sentido de ocupação, mas sim no sentido de realização.

Talvez me culpe por falar somente em dores ou por ser fraco demais. Talvez me culpe por falar demasiadamente em amores ou em amores não correspondidos. Ainda pode me culpar por não dizer das flores, do positivismo da vida e até mesmo da fé. No entanto, seguirei falando dos amores, mas principalmente da minha procura. Da procura pela felicidade. Do êxtase, da euforia que é ser amado e principalmente, amar.

Procuro o encontro perfeito. Procura-se um amor perfeito. Não procuro o físico perfeito e nem tão pouco qualidades excessivas. Quero-o por completo... Corpo, alma e coração.

Desejo fechar os olhos e dizer: Meu amor, como é bom você estar aqui. E, não quero repetir isso apenas uma ou duas vezes, mas, sim infinitas vezes. Não quero que se deite comigo somente por uma noite, e quando o sol chegar ,se levante e vá embora. Quero você hoje , amanhã e sempre.

Procura-se o real e não o imaginário. Aceitação e não a projeção.

Procura-se alguém que me ame e que aceite ser amado.

Procura-se...

Iris – A sonhadora

Iris nasceu numa cidade pequena do interior de São Paulo. Sonhava em ser famosa, ser artista.

O que Iris mais gostava de fazer nas horas perdidas do seu dia era ler revistas de fofoca. Folheava as páginas das revistas e ficava vislumbrada com a beleza das atrizes, suas roupas glamorosas e o suposto brilho da vida dos famosos.

A moça viajava em seus pensamentos, imaginando-se sendo rodeada e aplaudida por todos.

Certa do seu destino, Iris sonhava em mudar-se para a cidade grande. Lá encontraria o seu anjo da guarda. E então, ela seria famosa.

Por ironia do destino, num certo dia de março, a moça recebeu um convite para ir à cidade grande.

Era a chance que a moça esperava. Sonhadora como era, logo, tratou de arrumar as malas, pôs sua melhor roupa, lambuzou-se de maquiagem e embarcou no próximo trem.

Durante a viagem, Iris com a cabeça para fora da janela sentia o vento tocar seu rosto. Sentia-se muito feliz. Era tanta felicidade que não podia suportar ficar ali, parada, tinha que imaginar o que faria quando chegasse à cidade grande. Decidiu que faria contato com a primeira agência que encontrasse.

A sonhadora era bela, de corpo esquio, um rosto que parecia uma porcelana. Seus olhos pequenos e puxados pareciam de uma índia. Sua beleza não se deixava ser despercebida.

A viagem chegou ao seu fim. Iris estava na cidade grande. Chegara o seu momento. Seu sonho aconteceria.

Desceu na plataforma cinco, eram 19h25.

- Por favor, o senhor sabe-me dizer onde fica a Rua José Bonifácio, Alto da Lapa – disse Iris a um transeunte.

- A senhora tem que pegar o metro e ir até a quinta parada. Chegando, a senhora pergunta por lá o nome da rua.

Chovia muito. O tempo parecia correr mais que o de costume. A moça queria chegar logo ao seu destino. Iris ia encontrar-se com uma amiga que morava a pouco na cidade.

- Seu destino chegou ao fim – disse a cigana – que esperava o mesmo embarque.

- Como? Não entendi. O que a senhora disse?

- Isso mesmo. Seu destino chegou ao fim – repetiu a cigana toda cheia de convicção.

Perplexa do que acabara de ouvir, Iris ficou sem saber o que responder.

Embarcou no trem que chegou e partiu.

- Meu destino chegou ao fim? – pensava a moça.

A viagem foi curta. O desembarque aconteceu na rodoviária de Faria Lima, próxima a rua de destino.

Sua amiga estava esperando-a do outro lado da rua. Com a felicidade estampada no rosto, Iris acenou.

Naquela noite a sonhadora do interior seria a moça mais famosa. Sua hora chegou.

O noticiário divulgou: - Uma jovem foi atropelada ao atravessar a rua próximo a rodoviária. O responsável pelo atropelamento ainda não foi localizado.

Os jornais publicaram sua foto. Foi manchete em todos os telejornais.

Chovia muito naquela noite, Iris ao atravessar a rua não percebeu o carro que vinha em sua direção. Ficou ali estirada, caída ao chão. Todos correram para socorrê-la.

O sonho de ser famosa, de ser rodeada por todos aconteceu.

Iris foi ao encontro de seu destino.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A História de Maria – A jovem

Foi numa manhã de sexta-feira, dia chuvoso, um frio que arrepiava os cabelos e o vento gélido deixava a pele pálida.

Maria, 30 anos, na flor dos seus encantos, descobriu que a sua vida não era mais importante, e então, decidiu não mais viver.

Vários pensamentos, anseios, passaram por sua pobre cabeça errante. Foi naquela manhã que Maria decidiu morrer.

Num súbito, vestiu seu vestido branco, penteou os cabelos encaracolados e abriu a janela do seu quarto. O sol já não mais aquecia sua parede, eram 10h00. O dia cinza, triste, foi o cenário perfeito para Maria.

De todas as tragédias, de todas as derrotas e infelicidades, o motivo maior e derradeiro para que a partida ocorresse foi um desamor. O amor não correspondido foi à flecha lançada, bem no alvo, bem no meio do seu coração.

Foi num momento de incertezas, que Maria quis morrer ao som de uma canção que lembrasse o renascimento, pois tinha certeza que renasceria numa outra época, na qual encontraria a felicidade ao lado do seu amado.

De posse do seu velho violino, entoou algumas notas de “A morte do Cisne”. Deixou-o de lado, aproximou-se da janela, olhou para cima, respirou fundo sentido o ar frio a percorrer pelos seus pulmões e atirou-se.

A jovem sofria da doença do amor. Era absurdamente apaixonada pela vida, pelos campos onde vivia sempre a correr todas as manhãs, encantada com as flores que exalavam perfume de jasmim em seu quarto. Tocava a alegria em suas músicas preferidas. Porém, a jovem sofria de amor. De amor ressentido, de amor perdido, de amor não correspondido. Amor trocado, amor traído.

Para Maria, a vida já não tinha tanta importância. Das perdas, a maior não foi à vida, foi à dor de não ser correspondida.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Dos fatos a realidade

Nos fatos que vivi, há um pouco de verdade

Pois quando os vivi não existia tudo de mim

Carregava um pouco de cada um

E em cada um deixava um pouco de mim

Os fatos que tornam minha realidade

É de fato uma verdade

Nem tão grande nem tão pequena

Mas são fatos que dizem como sou perante a realidade

Na realidade não sei quem sou

Apenas ajo conforme os atos de uma gente

Que brinca de viver a realidade

Mas que tudo não passa de brincar de “mentira-verdade”

Sim... Eu não tenho certeza se a realidade dos fatos é realmente o que dizem ser, ou que fazem ou fingem fazer

De fato a realidade se confunde com os atos

E os atos não são como dizem que são